A música “Sons de carrilhões” é considerada a obra mais
conhecida para violão realizada no Brasil. O ano de sua autoria é desconhecido.
Seu autor: João Teixeira Guimarães, o João Pernambuco.
No vídeo, "Sons de Carrilhões" por Daniel Christófaro (violão) e Guilherme Pimenta (violino). (Vídeo retirado do Youtube)
João Pernambuco era
analfabeto. Nasceu quando o Brasil ainda era império, em 1883, numa cidade do
sertão pernambucano chamada Jatobá do Brejo, cabeceira do rio Capibaribe. Órfão
de pai muito cedo, trabalhou nas oficinas de carro de boi da sua cidade natal.
Dos dois casamentos de sua mãe nasceram 21 filhos.
Quando tinha 12 anos, João
foi com a família para Recife. Fazia biscates nas feiras da capital, onde
acompanhou com atenção os cantadores e violeiros que ali se apresentavam.
Adquiriu sua primeira viola no mercado municipal - viola que tinha pertencido
àquele que viria a ser seu mestre: Cirino da Guajurema. Dividindo o tempo entre
a viola e o trabalho que arranjou como aprendiz de ferreiro, João ficou em
Pernambuco até os vinte e um anos de idade. Já era conhecido nas rodas de
cantadores do Recife e dominava bem o ofício de desempenar eixos de carros de
boi quando partiu para o Rio de Janeiro.
Após ter residido um período na casa
de um dos irmãos, mudou-se para uma república habitada por estudantes,
jogadores de futebol e músicos. Ali moravam os sambistas Donga e Pixinguinha.
Em pouco tempo, João organizou o grupo Caxangá, muito popular nos carnavais
cariocas da década de 1910 e que chegou a contar com 32 integrantes. João
trabalhava em uma fundição e se destacava como ótimo compositor e instrumentista
nas reuniões que participava se acompanhando ao violão ou à viola. Durante dois
anos se apresentou como componente do famoso grupo “Os Oito Batutas”, liderado
por Pixinguinha. João Pernambuco é autor de vários outros temas que se tornaram
sucesso entre público, músicos populares ou eruditos. Dentre eles, “Luar do
Sertão” que recebeu letra de Catulo da Paixão Cearense.
O “Poeta do Violão”,
como ficou conhecido, faleceu em 16 de outubro de 1947.
Aqui, foto clássica dos Oito Batutas: João Pernambuco segura o violão, no meio dos que estão sentados.
Para se conhecer melhor a obra de João Pernambuco, uma sugestão é o disco dedicado ao compositor, lançado em 1983 pela
FUNARTE, com interpretação de Antônio Adolfo e o grupo “Nó em Pingo
D’água”.
Assim como o texto sobre a cantora Terezinha de Jesus, aqui postado, o material a seguir representa o documento que produzi e enviei para o ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin, relativo ao compositor Clodo Ferreira. Também neste caso, o verbete pode ser conferido na página do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.
Clodomir Souza Ferreira nasceu em Teresina, capital do
estado do Piauí, no dia 30 de julho de 1951. Passou a infância junto aos pais e
irmãos, em Teresina. No início da década de 60, tinha por intuito se ordenar e
passou a freqüentar o seminário local. Transcorridos dois anos na condição de
seminarista, um episódio veio alterar o rumo de sua vida.
A passagem dos anos 50 para os
60 no país foi marcada pela transferência da capital da República, da cidade do
Rio de Janeiro para a cidade de Brasília. A nova capital representou para
muitos trabalhadores brasileiros e, particularmente, para as populações do
norte/nordeste do país, uma perspectiva de melhoria na qualidade de suas vidas.
Muitos foram os que migraram para a recém-construída cidade e seus arredores.
No caso da família Souza Ferreira, deslocaram-se para o Planalto Central - a
partir de 1962 - os dois filhos mais velhos: Climério e Clésio. Em 1965, o Sr.
Matias Ferreira decidiu-se por residir também na capital, levando consigo
esposa e demais filhos. Instalou moradia em Taguatinga, cidade satélite do
Distrito Federal.
Se ainda em Teresina Clodo
aprendeu seus primeiros acordes ao violão, foi na nova cidade que ele intensificou sua relação com a música. Em
Taguatinga, a proximidade com os irmãos mais velhos, já iniciados nos caminhos
da canção popular e com os quais já havia aprendido a tocar “olhando”, foi um
incentivo para que se dedicasse mais à arte de tocar, cantar e compor. Por
volta dos quinze anos, passou a fazer suas próprias canções e em parceria com
Climério e Clésio. Juntou-se à amiga Ana Silva, formando uma dupla que por
algum tempo se apresentou interpretando um repertório pautado no que faziam Leno
e Lílian: típico da Jovem Guarda, tendência musical que àquele
momento se encontrava no auge do sucesso entre uma parcela do público jovem.Participou, como contra-baixista, do conjunto local Os Geniais.
Chegou a assumiu a guitarra base do grupo Os Continentais, que depois
veio a se chamar os Quadradões, embrião do futuro grupo Placa
Luminosa. Em 1968, Os Quadradões gravaram, em seu LP de estréia, a
canção intitulada “Ao entardecer”, parceria com Clésio e a primeira música de
Clodo gravada em disco. Passou a ser freqüente, àquela época, a apresentação em
dupla com a irmã Cristina cantando em festas familiares e de amigos.
Com a mudança da família para o
Plano Piloto da capital federal ocorreu um importante encontro que marcaria a
experiência artística de Clodo, fora do seio familiar. Em 1969, ele conheceu o
compositor baiano, de Bom Jesus da Lapa – também residente em Brasília -, Zeca
Bahia. Zeca se tornou um de seus parceiros mais freqüentes nos dez anos que se
seguiram. Após um convívio inicial de maturação musical, Clodo e seu novo
parceiro inscreveram algumas composições no festival de música do CEUB – Centro
de Ensino Unificado de Brasília. Naquela edição de 1972, as músicas de Clodo e
Zeca levaram os principais prêmios do festival: o primeiro lugar ficou com a
canção “Placa Luminosa” (Clodo e Zeca) e o segundo lugar com “Sino, sinal
aberto” (Clodo). Ambas foram interpretadas pelo grupo Matuskelas que já
havia gravado no ano anterior a música “Suzana” - parceria de Clodo, Romildo e
Olímpio. Além dos dois primeiros lugares, o Matuskelas levou os prêmios
de melhor arranjo e de melhor interpretação.Um outro
dado relevante para a carreira de Clodo também ocorreu
durante aquele evento: participava do corpo de jurados o jovem compositor
cearense Raimundo Fagner –vencedor da edição anterior do mesmo festival com a
música “Mucuripe”.Fagner
quis conhecer pessoalmente os autores das canções premiadas naquele ano. Desse
encontro nasceria uma amizade cujo diálogo musical daria bons frutos para
ambos.
O festival de 1972 projetou o
nome de Clodo Ferreira no Distrito Federal e o estimulou a buscar novas
possibilidades de criação e divulgação de sua arte fora daquele território.
Em 1974, gravou pela primeira
vez em disco cantando no compacto simples independente Chope no Escuro,
junto com Climério e Malu Moraes, e com a participação especial do violonista
Alemão. O compacto foi uma produção do grupo de Teatro Tanahora,
dirigido por Geraldo Moraes, e trouxe duas músicas - das quatro gravadas -
assinadas por Clodo: “Ave estrangeira” (em parceria com Climério) e “Rua São
João”. No disco, Clodo interpretou “Ave estrangeira”.
Terminado o curso de jornalismo e publicidade,
feito na Universidade de Brasília – UnB, em 1975 Clodo foi morar na cidade de
São Paulo. Na capital paulista, hospedou-se em casa dos músicos cearenses
Rodger Rogério e Teti, representantes do grupo que ficou conhecido como
“Pessoal do Ceará”. O casal acolheu Clodo durante aproximadamente dois anos,
período decisivo para a consolidação do seu trabalho entre seus pares e o
público. Nessa fase, compôs várias canções em parceria com Rodger das quais a
que mais se destacou foi “Ponta do Lápis”. Clodo retomara, à época, o contato
com Fagner, que em duo com Ney Matogrosso registrou “Ponta do Lápis” de forma
marcante, lançando-a em disco compacto de vinil no
ano de 1976. Fagner já havia “musicado” um poema de Clodo e a canção
resultante foi incluída no repertório do terceiro LP de sua carreira,
intitulado Raimundo Fagner e levado às lojas também em 1976: “Corda de
aço” é uma dessas canções consideradas como das mais expressivas do momento,
por possuir os traços de agressividade e lirismo tidos como típicos dos
intérpretes e compositores daquela geração de artistas nascidos no Nordeste e
revelados então.
A presença de Clodo em São
Paulo trouxe uma nova e surpreendente perspectiva de trabalho onde se veriam
consolidadas a trajetória conjunta e a reunião profissional dos irmãos
Ferreira. A rede de TV Bandeirantes possuía, na época, um programa chamado Mambembe,
a vez dos novos. Em 1976, Clodo participou desse programa ao lado de
diversos artistas, dentre os quais estavam seus irmãos Climério e Clésio. Como,
naquela ocasião, os três revezavam-se no acompanhamento instrumental sem sair
do palco à medida que cada um expunha seu trabalho, o produtor do programa
entendeu que formavam um trio: Clodo, Climério e Clésio. Assim passaram
a ser tratados e assim passaram a se apresentar.
No ano seguinte Clodo retornou
a Brasília e, juntamente com Climério e Clésio, inaugurou a carreira
fonográfica do trio com o lançamento de São Piauí, disco gravado
pela RCA. Esse trabalho foi produzido pelo compositor cearense Ednardo e trouxe as participações de artistas como Robertinho de
Recife, Heraldo do Monte, Amelinha e Roberto Sion. A capa do disco foi
idealizada pelo arquiteto e compositor Fausto Nilo. O alcance e
repercussão obtidos por uma faixa do São Piauí imprimiram o nome
de Clodo no cenário popular da música brasileira: além da versão presente no
disco, a música “Cebola Cortada” – parceria com o também cearense Petrúcio Maia
- foi lançada simultaneamente por Fagner no seu LP Orós, de 1977.
Posteriormente, incorporou-se ao repertório do grupo MPB-4 (LP Bons tempos,
hein?, de 1979) e ao do baiano Carlos Pita (LP Coração de Índio, de
1981 – Continental), assim como recebeu registro do
próprio Petrúcio Maia (LP Melhor que mato verde, de 1980– CBS). Foi também em 77 que se deu a inclusão da música intitulada
“Velho demais” (Clodo e Zeca Bahia) na trilha sonora da novela da Rede Globo de
Televisão Sem lenço Sem documento, em gravação do grupo Placa
Luminosa.
No entanto, o nome de Clodo
passou a ser conhecido em âmbito nacional a partir do ano de 1978. A parceria
com Clésio na música “Revelação” impulsionou a carreira de Raimundo Fagner,
contribuindo para alçá-la a uma condição de maior destaque na música popular
brasileira. “Revelação” ficou entre as músicas mais tocadas nas emissoras de
rádio de todo o país nos dois anos que se seguiram ao seu lançamento, atuando
como carro-chefe do disco Eu canto – Quem viver chorará econduzindo-o
a índices de vendagem até então não alcançados por Fagner. Além da divulgação
através do disco, a música foi incluída como tema da
novela “Cara a Cara”, exibida pela TV Bandeirantes, em 1979. A
trajetória de “Revelação” na história recente da música popular brasileira é
bastante curiosa. Inicialmente celebrada por um público muito específico,
ganhou leituras de artistas de gêneros e tendências os mais diversos como as
cantoras Simone e Mariama, os grupos Razão Brasileira e Engenheiros do Hawaii,
e o cantor Wando.
79
foi um ano de inúmeras gravações da obra do compositor. Naquele ano,
Clodo entrou novamente em estúdio para gravar o segundo disco com Climério e
Clésio: dessa vez pelo selo Epic da gravadora CBS, cuja direção artística
estava sob o comando de Fagner. O LP se chamou Chapada do Corisco
(título de uma das faixas, assinada por Clodo e Climério) e contou com a
participação dos músicos Manassés, Abel Ferreira, Dino das 7 Cordas,
Dominguinhos e o próprio Fagner, dentre outros. Nesse disco gravaram
“Revelação”. Também aqui a capa do LP foi criada por Fausto Nilo, dessa vez
juntamente com Januário Garcia. O contato com Dominguinhos a partir de Chapada
do Corisco proporcionou a Clodo a cristalização de uma nova parceria: a
paraense Fafá de Belém foi das primeiras intérpretes a gravar uma composição
dos dois, incluindo a canção intitulada “Carece de explicação” em seu LP Estrela
Radiante (Phillips, 1979). Paralelamente, outra música de Clodo era gravada
por Fagner em seu disco Beleza (CBS, 1979): “Ave coração”, na qual Zeca
Bahia foi co-autor. Também chegou às lojas o disco Estrela
ferrada (CBS, 1979), de Cirino, contendo “Tu me querias pedra”, parceria
desse compositor com Clodo. Ao mesmo tempo, aquele foi o ano do lançamento do
disco SORO (CBS/EPIC, 1979), projeto que teve a direção artística de Fagner e
coordenação de Ivair Vila Real. Acompanhava o disco um libreto com
textos e fotos impressos de vários autores, dentre os quais estava Clodo
com seu poema “Eu matuto, Tu matutas”. Merece registro a gravação do disco Equatorial
de Teti, em 79, com as músicas “Barco de Cristal” (Roger, Clodo e Fausto Nilo),
“Daniela” (Roger e Clodo), “Maracá" (Roger e Clodo) e “Último raio de sol”
(Roger, Clodo e Fausto Nilo).
“Ave coração” entrou no
repertório do terceiro disco de Clodo, Climério e Clésio, que levou o
título Ferreira (RCA, 1981). A idealização desse
projeto ficou a cargo de Fagner e quem assumiu a direção de estúdio foi
Dominguinhos. A canção do LP Ferreira intitulada “Por um triz”
merece destaque por ter sido incluída no disco Romance popular, de Nara
Leão, lançado em 1981. Essa canção estreitou os laços de amizade entre Nara e
os irmãos Ferreira a ponto de motivá-la a compor a única música de sua autoria.
Juntamente com Fausto Nilo e Fagner ela homenageou Climério, Clésio e Clodo com
a música “Cli, Clê, Clô”, presente nesse seu trabalho. Na mesma época se
deu a primeira gravação da canção “Meio Dia” (Clodo e Fagner), integrando o LP Um
minuto além (Polygram, 1981), de Zizi Possi.
No decorrer da década de 80, Clodo,
Climério e Clésio mantiveram o ritmo da produção de canções em conjunto,
mesmo ficando uma boa temporada sem gravar em nome do trio. No entanto, algumas
de suas composições ganharam leituras nas vozes de vários intérpretes.
Guadalupe com “Questão de tempo” e “Telhados” no LP Sempre foi bom (RCA,
1982); Fagner com “Intuição” no LP Palavras de amor (CBS, 1983) e “Tiro
certeiro” no LP A mesma pessoa (CBS, 1984); Amelinha com “Canção de
esquina” no disco que tem seu nome (Continental, 1987.), foram algumas das
obras assinadas pelos três que receberam registros no período. O mesmo ocorreu
com o trabalho de Clodo em parceria com outros músicos compositores,
particularmente Dominguinhos: Ângela Maria gravou “Coberto de razão”, em seu
disco Estrela da Canção (EMI, 1982); Guadalupe interpretou “Nas costas
do Brasil”, no disco de 82; Cláudia, “Terra batida”, no seu trabalho intitulado
Sentimentos (Lupsom, 1986); e “Promessa” foi selecionada para fazer
parte do LP Fagner (RCA, 1986). Uma nova experiência na carreira de Clodo,
Climério e Clésio sucedeu em 1985 quando o diretor de cinema Geraldo Moraes
os convidou para criar um tema que pudesse fazer parte da trilha do seu filme
A difícil viagem. Compuseram “Aruanã”.
Em 1988, o antigo parceiro Zeca Bahia lançou o LP independente Estrada
das Canções, nele incluindo “Se tens, eu tenho”, de ambos.
E foi pela via do disco
independente que Clodo, Climério e Clésio retomaram as atividades de
estúdio nos fins dos 80. Em 1989, lançaram o vinil Profissão do Sonho
com boa parte do repertório inédito e basicamente utilizando-se da estrutura
técnica e profissional oferecida em Brasília. Em Profissão do Sonho incluíram
“Aruanã”, do filme A difícil viagem.
Em 91, Clodo foi surpreendido
por uma grata notícia: a sua música “Querubim”, feita com Dominguinhos e
gravada por este nos anos 80, passou a fazer parte de uma compilação realizada
pelo músico e produtor David Byrne para o mercado internacional de discos.
Lançada em CD sob o título Forró etc. – Music of the Brazilian nordest (número 3 de uma série
conhecida como Brazil Classics), essa coletânea reuniu várias músicas do
gênero eternizado por Gonzaga.
Os dois discos seguintes dos
Ferreira - Clodo, Climério e Clésio (Som Terra, 1991)e
Afinidade (Som Terra, 1993) - mantiveram o caráter mais local que
caracteriza o disco independente Profissão do Sonho. A canção
“Conterrâneos”, assinada pelos três, contou com a participação de Dominguinhos.
Abrindo o lado B do disco de 91, ela foi feita para o filme Conterrâneos
velhos de guerra, de VladimirCarvalho. Das participações que
estiveram no Clodo, Climério e Clésio, os Ferreira puderam contar
com a contribuição da flauta de Odette Ernest Dias nas faixas “Outra cor” e
“Morada”. Quando foi lançado o LP Afinidade, o trio jáhavia
se desfeito. Das músicas não inéditas que levaram a assinatura de Clodo
presentes nesse último trabalho conjunto, merece referência a segunda gravação
de “Corda de aço”, dezessete anos após seu lançamento por Fagner.
Nos cinco anos que se seguiram,
Clodo dedicou mais tempo às suas atividades na UnB como professor - lotado no
departamento de Áudio Visual e Publicidade da Faculdade de Comunicação - e como
publicitário. A idéia de seguir carreira individual foi sendo amadurecida até
que em 98 ele lançou o CD Corda de Aço (UnB Discos, 1998). Corda
de Aço foi
confeccionado em Brasília e teve a participação especial de Zelito Passos. Com
exceção da inédita “Mentira da saudade”, todas as demais faixas desse trabalho
representaram novas versões realizadas por Clodo Ferreira para as canções
de sua autoria mais conhecidas pelo público. Além da faixa-título, foram
incluídas “Revelação”, “Cebola cortada”, “Ave coração”, “Querubim”, “Ponta do
Lápis” e outras, na voz do seu autor. “Mentira da saudade” possui temática de
aparência autobiográfica e foi a música que abriu esse trabalho. O texto dessa
canção evoca uma relação com o passado que parece pertencer à memória de todo
indivíduo. Em 1999, Clodo se apresentou no projeto “Temporadas Populares”,
organizado pelo Governo do Distrito Federal, dividindo o palco com o compositor
baiano Tom Zé. No ano seguinte, o mesmo projeto reuniu Clodo e Zé Ramalho da
Paraíba em uma única apresentação.
Em 2001, foi lançado o único
disco em formato digital da carreira de Clodo, Climério e Clésio.
Reunindo músicas dos três últimos Lp’s do trio, esse CD recebeu o nome de Tiro
Certeiro (T-Bone Cultural, 2001).
Em 2002, por conta de uma
iniciativa sua, Clodo passou a ministrar o curso “Comunicação e Música” na
Faculdade de Comunicação da UnB. Nesse mesmo ano lançou o CD Gravura
(UnB Discos, 2002) contendo apenas músicas inéditas. Nele, Clodo Ferreira prestou
uma homenagem ao poeta e gravurista J. Borges: o encarte do disco foi ilustrado
com fotografias das ferramentas utilizadas pelo artesão. Oswaldinho, Manassés e
Mauro Sérgio tiveram participação especial nesse trabalho (os dois primeiros
estiveram também no Corda de Aço). Dentre os músicos que
acompanharam Clodo Ferreira, vale mencionar a presença de João e Pedro
Ferreira, filhos do compositor. O cd Gravura foi dedicado à sua
esposa Helô. Também em 2002 se deu a estréia do filme Eu não conhecia Tururu,
com roteiro e direção de Florinda Bolkan, cujo tema principal utilizado na
trilha sonora foi “Revelação” – tanto a gravação original de Fagner, quanto em
vinhetas instrumentais com trechos da canção.
Após o lançamento de Gravura,
Clodo passou a se dedicar ao estudo da obra de J.B. da Silva, o Sinhô,
compositor carioca considerado o “rei do samba” na década de 1920. Buscando
encontrar e reproduzir com fidelidade as características harmônicas e os
timbres da obra de Sinhô - e da música que se tocava no período de seu
surgimento -, Clodo formou uma banda que incluiu entre seus instrumentos a tuba
e o flugelhorn, pouco usuais na feitura da música popular atual. O repertório de Sinhô foi apresentado por Clodo e Banda no Clube
do Choro, da capital federal, por duas ocasiões: em agosto e novembro de
2003.
No início de 2004, parte do
produto dessa pesquisa foi levada ao público brasiliense que esteve presente no
Conjunto Nacional, quando do lançamento do livro Tem mais samba
(Editora34, 2004), escrito por Tárik de Souza. No decorrer daquele ano a
Sony Music reuniu em uma caixa os discos de Fagner gravados no
período de 1975 a 1985 que trazia fonogramas considerados mais raros de sua
carreira. Nessa compilação foi lançada a música “Oferenda”, do disco Chapada
do Corisco, como faixa bônus do disco Beleza.
2004 marcou também o ano em que
Clodo Ferreira deu início à sua pesquisa de doutoramento em História Cultural
junto à UnB.
Brasília, julho de 2004.
Magno
Cirqueira Córdova.
Discografia
(por
ano de lançamento)
-Chope no Escuro - Clodo, Climério e
Malu Moraes. Compacto
Simples Independente (Tanahora – 1974)
-Chapada do Corisco – Clodo, Climério e
Clésio. LP (CBS – 1979)
Lado A:
1)Rixa (Clodo e Climério)
2)Flor do coqueiro (Pita) (Clésio e Clodo)
3)Morena (Naeno)
4)Chapada do Corisco (Clodo e Climério)
5)Dia Claro (Dominguinhos e Clésio)
Lado B:
1)Oferenda (Clésio, Clodo e Climério)
2)Modo de ser (Clodo)
3)Timom (Clésio e Climério)
4)Enquanto engoma a calça (Ednardo e Climério)
5)Revelação (Clésio e Clodo).
-Ferreira – Clodo, Climério e Clésio. LP
(RCA – 1981)
Lado A:
1)Louco luar (Clodo, Climério e Clésio)
2)Cabeça feita (Clodo, Climério e Clésio)
3)Ave Coração (Zeca Bahia e Clodo)
4)Por um Triz (Clodo, Climério e Clésio)
5)Roupa de domingo (Clodo, Climério e Clésio)
6)Luz do dia (Clodo, Climério e Clésio)
Lado B:
1)Geração (Clodo, Climério e Clésio)
2)Passagem do Cometa (Clodo, Climério e Clésio)
3)Brilho do sol (Clodo, Climério e Clésio)
4)Estaca Zero (Ednardo e Climério)
5)Remanso (Vicente Lopes e Clésio)
6)Não é inútil amar (Clodo, Climério e Clésio)
-Profissão do Sonho – Clodo, Climério e
Clésio – LP (Produção Independente – 1989)
Lado A:
1)Silêncio agrário (Clodo, Climério e Clésio)
2)Olinda (Clodo, Climério e Clésio)
3)Tiro Certeiro (Clodo, Climério e Clésio)
4)Canção de esquina (Clodo, Climério e Clésio)
5)Beijo insosso (Clodo e Zeca Bahia)
Lado B:
1)Boi divino (Clodo, Climério e Clésio)
2)Distraída (Clodo, Climério e Clésio)
3)Túnel do tempo (Clodo, Climério e Clésio)
4)Dilúvio (Clodo, Climério e Clésio)
5)Aruanã (Instrumental) (Clodo, Climério e Clésio)
-Clodo, Climério e Clésio – Clodo,
Climério e Clésio – LP (Som da Terra – 1991)
Lado A:
1)Revoada (Clodo, Climério e Clésio)
2)Corda bamba (Clodo, Climério e Clésio)
3)Elo perdido (Clodo, Climério e Clésio)
4)Queira ou não queira (Dominguinhos e Clodo)
5)Outra cor – Adaptação de adágio de Albinoni (Clodo,
Climério e Clésio) Versos de Clésio
Lado B:
1)Conterrâneos (Clodo, Climério e Clésio)
2)Balé (Clodo, Climério e Clésio)
3)Brasília (Clodo, Climério e Clésio)
4)Morada (Clodo, Climério e Clésio)
5)Flor do coqueiro / Pita (Clodo e Clésio)
-Afinidade – Clodo, Climério e Clésio
– LP (Som da Terra – 1993)
Lada A:
1)Quando a palavra nasce (Clodo, Climério e Clésio)
2)Saudades do paraíso (Clodo, Climério e Clésio)
3)Paraíba do Sul (Antônio Adolfo e Climério)
4)Corda de aço (Raimundo Fagner e Clodo)
5)Vitalidade (Clodo, Climério e Clésio)
Lado B:
1)Borboleta branca (Clodo, Climério e Clésio)
2)Outra vez (Dominguinhos e Clésio)
3)Afinidade (Clodo, Climério e Clésio)
4)Todas as cores (Clodo, Climério e Clésio)
5)Quintais (Clodo, Climério e Clésio)
-Corda de Aço – Clodo Ferreira – CD
(UnB Discos – 1998)
1)Mentira da Saudade (Clodo)
2)Cebola Cortada (Petrúcio Maia e Clodo)
3)Revelação (Clodo e Clésio)
4)Querubim (Dominguinhos e Clodo)
5)Ponta do Lápis (Rodger Rogério e Clodo)
6)Ave Coração (Clodo e Zeca Bahia)
7)Meio-Dia (Fagner e Clodo)
8)Borboleta Branca (Clodo, Climério e Clésio)
9)Beijo Insosso (Clodo e Zeca Bahia)
10)Corda
de Aço (Fagner e Clodo)
-Tiro Certeiro – Clodo, Climério e
Clésio – CD (T-Bone Cultural – 2001) *
1)Balé
2)Olinda
3)Boi Divino
4)Silêncio Agrário
5)Distraídas
6)Saudades do Paraíso
7)Quando a palavra nasce
8)Conterrâneos
9)Borboleta Branca
10)Tiro
Certeiro
11)Afinidade
12)Canção
de Esquina
13)Aruanã
*Todas as músicas são de Clodo,
Climério e Clésio
-Gravura – Clodo Ferreira – CD (UnB
Discos – 2002)
1)Pedra Lapidada (Clodo Ferreira)
2)Os Iguais (Clodo Ferreira)
3)Gravura (Clodo Ferreira)
4)Matutei (Clodo Ferreira)
5)Dimensão (Clodo Ferreira)
6)Quebra-queixo (Clodo Ferreira)
7)Rama (Clodo Ferreira)
8)Engrenagens (Clodo Ferreira)
9)Feitiço Mineiro (Ribah Nascimento e Clodo Ferreira)
10)Senhora
Pantaneira (Clodo Ferreira)
Fontes
consultadas
-As revelações de Clodo Ferreira. Entrevista disponível
na página http://www.fagner.com.br .
-BAIANA, Ana Maria. “Voz pra cantar Corda de Aço”. In: Nada
será como antes: mpb nos anos 70. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1980.
-CAZARRÉ, Lourenço. Um castelo no cerrado: histórias
de moradores e artistas da SQN 312. Brasília: Ed. Do Autor, 2002.
-Clodo Ferreira: Revelação na ponta do lápis. Entrevista
concedida por Clodo Ferreira ao jornalista Roberto Homem. Jornal Zona
Sul. Ano XII Nº 100. Novembro de 2003. Natal/RN.
-MORELLI, Rita C. L. Indústria Cultural: um estudo
antropológico. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1991.
Obs: parte das informações colhidas para compor este texto
foi fornecida por Clodo Ferreira, que disponibilizou seu arquivo pessoal
e prestou vários depoimentos a Magno Córdova, no período de março a julho de
2004.
Os vídeos aqui anexados foram retirados do Youtube.
O texto a seguir foi enviado, no ano de 2004, ao ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin, tendo em vista a publicação do verbete da cantora potiguar Terezinha de Jesus. Na época, eu iniciava os estudos e a pesquisa acadêmica em torno de um projeto de mestrado encaminhado e aprovado pelo Programa de Pós-Graduação em História (História Cultural) da UnB - Universidade de Brasília, pesquisa que teve por objeto um determinado segmento da música popular realizada na década de 1970 por artistas nascidos na região Nordeste do Brasil. O conteúdo do texto foi publicado pouco tempo depois no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. (Confira: http://www.dicionariompb.com.br/terezinha-de-jesus ).
Terezinha
de Meneses Cruz nasceu em 3 de julho de 1951, em Florânia, cidade localizada a
cerca de duzentos quilômetros de Natal, na região conhecida como Sertão do
Seridó, estado do Rio Grande do Norte.
Na
infância, participou de corais em colégios onde estudou, na cidade de Currais
Novos (RN), vizinha à sua terra natal. Em 1970, já residindo na capital do
Estado, foi convidada por sua irmã – a cantora Odaíres – e pelo seu cunhado – o
cantor e compositor Mirabô – a participar do espetáculo intitulado Explo70,
realizado no Sesc da Cidade Alta, em Natal. A partir de então, passou a se
apresentar regularmente na cidade.
É
desse período inicial de sua formação artística a participação nos festivais de
música popular nordestina, comumente realizados em Natal, Recife e Salvador.
Com a música intitulada “Quero talvez uma nega”, co-autoria dos compositores
potiguares Ivanildo Cortez e Napoleão Veras, venceu uma das edições do
festival, em Natal e em Recife. Ainda no Rio Grande do Norte, integrou o Grupo
Opção, formado por Mirabô, Márcio Tarcino, Expedito, dentre outros. Após dois
anos de atuação pelo Nordeste, todos os componentes do “Opção” seguiram para o
Rio de Janeiro, destino comum de boa parte dos artistas brasileiros surgidos à
época.
O nome
artístico adotado por Terezinha até aquele momento era “Tiazinha”. Ao travar
contato com o ambiente musical fluminense, conheceu o compositor Abel Silva que
lhe sugeriu a adoção do nome com o qual se tornou conhecida do público. No Rio
de Janeiro, antes de lançar trabalho autoral, Terezinha de Jesus participou
como vocalista em espetáculos e gravações de artistas como Tim Maia, Trio
Esperança, Golden Boys
e Quarteto em Cy. Paralelamente, realizava shows para plateias cada vez maiores,
consolidando sua voz como das mais atraentes surgidas naquele momento na cena
musical popular brasileira.
Em janeiro de
1978 a Revista de Música trouxe uma relação de artistas revelados no ano
anterior. Terezinha de Jesus ganhou destaque como voz feminina juntamente com a
cearense Amelinha.
A primeira
gravação solo da cantora veio em 1978, no formato de compacto em vinil lançado
pela FUNARTE, dentro do Projeto Vitrine. Posteriormente, esse registro foi
incluído no CD homônimo àquele projeto (parceria FUNARTE/Atração Fonográfica CD
ATR 32053) onde também estão reunidas as primeiras gravações de Zizi Possi, Oswaldo
Montenegro, Cláudia Savaget e Mongol, além da participação de Grande Otelo.
Todas as músicas que Terezinha gravou para o Projeto Vitrine seriam aproveitadas
no repertório do seu LP de estréia.
No ano seguinte, portanto, através de um convite do
cearense Raimundo Fagner – então diretor artístico do selo Epic, da gravadora
CBS – gravou seu primeiro LP: Vento Nordeste. Nesse trabalho,
Terezinha contou com as participações especiais de Dominguinhos (nas faixas
“Fulô da Maravilha”, e “Aves Daninhas”) e Paulinho da Viola (em “Coração
Imprudente”), além do grupo Cantares (na faixa “Na Direção do Dia”).
Para apresentá-la ao público, vieram impressos na contra-capa do LP um texto de
Carlos Capinam e outro de Abel Silva dando boas vindas à sua incursão no mundo
do disco e da música popular brasileira.
Caso de Amor é o título do segundo
disco e também seu segundo trabalho consecutivo sob a direção de produção de
Ivair Vila Real.
O disco
seguinte – Pra Incendiar Seu Coração, de 1981 – foi produzido
pelo músico e compositor Sivuca. A canção que dá título ao disco, de autoria de
Moraes Moreira e Patinhas, pode ser considerada seu maior sucesso. Há nesse LP
o dueto de Terezinha com a participação especial de sua irmã Odaíres
interpretando “Prece ao Vento”, um clássico do cancioneiro popular brasileiro.
Sivuca aparece também dividindo os vocais com a cantora em “Eu vi o mar virar
sertão”.
Em 1982,
Terezinha gravou o LP Sotaque. Contou com a participação especial
do tecladista Mu, então integrante do grupo A Cor do Som (na música
“Papo de Anjo, Baba de Moça”). Também aqui, Sivuca foi responsável pela
produção. No mesmo ano de lançamento de Sotaque, Terezinha
participou do disco Notícias do Brasil, do grupo
pernambucano Quinteto Violado. Com o Quinteto Violado interpretou
a música “Canto Livre”, de Fernando Filizola.
Seu último
trabalho dessa primeira safra de contratos com a CBS – o LP Frágil Força,
de 1983 – teve a produção de Luiz Carlos Maluly.
Após a
gravação de Frágil Força - e não tendo renovado contrato com a
CBS - Terezinha ficou sem gravadora e passou por um longo período distante dos
estúdios.
Simultaneamente
ao lançamento de discos, Terezinha levou seu repertório ao público em palcos
espalhados pelo país, por diversas ocasiões. Cabe destacar aqui dois projetos
voltados para a divulgação da música popular brasileira, dos quais participou
ativamente e que foram muito importantes para a consolidação do seu nome na história
recente da música popular feita no Brasil. No ProjetoPixinguinha,
Terezinha de Jesus esteve presente em três edições: em 1979, dividiu o palco
com os cantores/compositores Moraes Moreira e Djavan, em espetáculos ocorridos
em algumas capitais do Sudeste e do Nordeste do país; em 1982 esteve ao lado da
instrumentista, cantora e arranjadora carioca Rosinha de Valença; na edição de
1991, realizou espetáculo com o cantor e compositor paulistano Carlos José e
com o Grupo Viva Voz, levando seu trabalho a cidades da região Sul do Brasil.
Pelo ProjetoSeis e Meia, Terezinha de Jesus apresentou-se em 1981 com o cantor
Biafra - na cidade do Rio de Janeiro - e com Elza Maria - em Recife. No ano
seguinte, na sala Sidney Miller da FUNARTE do Rio, Terezinha de Jesus reuniu-se
a Thereza Tinoco. Em 1983, foi a vez de se juntar ao grande compositor
maranhense João do Vale, no Teatro João Caetano, na capital Fluminense. Ainda
no Rio, em 1988, subiu ao palco com Marinês e Severo.
No ano de 1994, Terezinha voltou a residir em Natal.
Por duas vezes, na década de 90, marcou presença no palco do Teatro Alberto
Maranhão, daquela capital, dentro da programação do Seis e Meia: em
1996, com o cearense Belchior, e em 1997, com Dominguinhos. Naquele ano de 97,
a Sony compilou algumas faixas dos discos lançados até então e as reuniu em um
CD incluído na série 20 Super Sucessos.
Iniciado o
novo século, alguns indícios vieram apontar para uma retomada nas atividades
musicais da cantora norte-rio-grandense. Um sintoma dessa nova etapa pode ser
percebido com o reconhecimento da importância de seu trabalho pelos
organizadores do Prêmio Hangar, uma iniciativa que põe em relevo trajetórias de
artistas do Rio Grande do Norte: em 2003, Terezinha de Jesus recebeu o prêmio
pelo conjunto de sua obra. No mesmo ano, ela se apresentou com os cantores e
compositores Tunai e Dalto para o público de Natal, também dentro da
programação do Projeto Seis e Meia.
Repertório
gravado por Terezinha de Jesus:
(por ordem
cronológica dos discos lançados)
Projeto Vitrine – 1978 (Compacto).
1 - Vento
Nordeste (Sueli Costa e Abel Silva);*
2 – Cigano
(Raimundo Fagner);
3 - Não Posso
Crer (Mirabô e Capinam);
4 - Fulô da
Fuloresta (João Silva e Geraldo Nunes).
Vento Nordeste – 1979(EPIC LP - 144.303)
Lado A
1 - Vento
Nordeste (Sueli Costa e Abel Silva);*
2 - Cigano
(Raimundo Fagner);*
3 - Curare
(Bororó);*
4 - Aves
Daninhas (Lupicínio Rodrigues);
5 - Fogo Fátuo
(Moraes Moreira e Chacal);
6 - Foi-se o
Tempo (Petrúcio Maia e Fausto Nilo).
Lado B
1 – Coração
Imprudente (Paulinho da Viola);*
2 – Não
Posso Crer (Mentira) (Mirabô e Capinam);
3 - Maresia
(Sueli Costa e Abel Silva);
4 – Na
Direção do Dia (Juka Filho, José Renato e Claudio Nucci);*
5 – Fulô da
Maravilha (Luis bandeira);*
6 – Fulô da
Fuloresta (João Silva e Geraldo Nunes).
Caso de amor – 1980(EPIC LP - 144.411)
Lado A
1 – Tua
Sedução (Moraes Moreira e Fausto Nilo);*
2 – Caso de
Amor (Wilson Cachaça e Ronaldo Santos);
3 – Qui Nem
Jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira);
4 –
Acalanto (Mirabô e Capinam);
5 – Cidade
Submersa (Paulinho da Viola);*
6 –
Agradecido (Manduka).
Lado B
1 – Alegria
e a Dor (Tesouro da Juventude) (Sueli Costa e Abel Silva);
2 – Pra
Ficar Me Esperando (Beto Fae e Paulo Roberto Barros);*
3 – Retrato
da vida (Elton Medeiros);
4 – Vida,
Vida (Anísio Silva);
5 – Dança (
Renato Alt e Luis Sérgio dos Santos);
6 – Asas
(Fagner e Abel Silva).
Pra Incendiar Seu Coração – 1981(EPIC LP - 144.459)
Lado A
1 – Amizade
(Beto Marques);
2 – Quando
Chega o Verão (Dominguinhos e Abel Silva);*
3 – Flor do
Xaxado (Mirabô e Capinam);*
4 – Pra
Incendiar Seu Coração (Moraes Moreira e Patinhas);*
5 – Amar
Quem Eu Já Amei (João do Vale e Libório);
6 – Prece
ao Vento (Gilvan Chaves, Alcyr Pires Vermelho e Fernando Luiz).*
Lado B
1 – Coração
Cigano (José Renato e Juka Filho);*
2 – Por
Esse Amor (Ronald Pinheiro e Robertinho de Recife);
3 – Couraça
(Adler São Luiz);*
4 – Eu Vi o
Mar Virar Sertão (Sivuca e Cacaso);*
5 – Xote
Menina (Robertinho de Recife e Fausto Nilo);*
6 – Rio
Coração (Luis Sérgio).
Sotaque – 1982(EPIC LP - 144.462)
Lado A
1 – Sotaque
(Sivuca e Ana Terra);
2 – Dom
Divino (Jurandy da Feira);
3 – Mares
Potiguares ( Mirabô e Capinam);
4 – Atrás
do Circo Voador (Aroldo, Levi e Abel Silva);
5 –
Fervendo de Amor (Ronald Pinheiro e Papa Kid);
6 – Nova
Ilusão (Pedro Caetano e Claudionor Cruz).*
Lado B
1 – Cidade
de Conde (Afonso Gadelha e Glorinha Gadelha);
2 – Éramos
Dois (Dominguinhos e Mariah Costa Penna);
3 – Papo de
Anjo, Baba de Moça (Mú e Guilherme Arantes);
4 –
Deslumbrante Moço (Theresa Tinoco);
5 –
Homenagem a São João (Pout-Pourri):
a)São
João na Roça (Luiz Gonzaga e Zé Dantas);
b)Brincadeira
na Fogueira (Antônio Barros);
c)Olha
Pr’o Céu (Luiz Gonzaga e José Fernandes).
6 – Evocação nº1 (Nelson Ferreira).
Frágil Força – 1983(EPIC LP - 144.469)
Lado A
1 –
Odalisca em Flor (Moraes Moreira e Waly Salomão);*
2 – Frágil
Força (Luiz Melodia e Ricardo Augusto);*
3 – Hora
Adora (Beti Niemeyer);
4 – Mar
Azul (Chico Guedes, Terezinha de Jesus e Babal);
5 – De
Mansinho (Enoch Domingos e Jotagê Campanholi);
6 – Baú de
Brinquedos (Abel Silva e Nonato Luiz).
Lado B
1 – Vento
Leste (Paulo Debétio e Waldir Luz);
2 – A
Paixão (Mirabô e capinam);
3 –
Bumerangue (Moraes Moreira e Abel Silva);
4 – Beijo na
Bochecha (Moacir Albuquerque e Tavinho Paes);
5 – Linda
Flor (Yayá) (Henrique Vogeler, Marques Porto e Luiz Peixoto).
As
músicas indicadas com asterisco (*) foram incluídas na coletânea “20 Super
Sucessos – Terezinha de Jesus”, de 1997. (CD 470.246 Polydisc)
-Acervo Funarte da Música Brasileira. In: A
História da música brasileira agora tem uma história: Acervo Funarte da Música
Brasileira (Catálogo). Ministério da Cultura – FUNARTE/Atração
Fonográfica. S/d.
-FILHO, Gilvandro. Bodas de Frevo – A História do
Quinteto Violado.Recife: cia Editora de Pernambuco (CEPE), 1998.
-JÚNIOR, Costa e HOMEM, Roberto. “Zona Sul – Entrevista Terezinha
de Jesus”. Jornal Zona Sul, Natal, outubro de 2003. p.04.
-RIBEIRO, Matias José. “Terezinha sabe bem o que cantar.
Falta saber bem como”.Revista Somtrês. Editora Três, Agosto de 1979. pp.83/4.
Fontes orais e escritas:
-Terezinha de Jesus. Depoimento prestado ao autor, em
abril de 2004, e informações enviadas via correio eletrônico, no mesmo período.