quarta-feira, 16 de julho de 2014

Aracy de Almeida

por Magno Córdova

  
         Quando interpretou, em 1935, o samba Riso de Criança de Noel Rosa, a cantora Aracy de Almeida passou a ser conhecida como intérprete daquele gênero musical. Noel teria em Araci sua mais constante intérprete e, segundo alguns críticos, também a melhor. O compositor de Vila Isabel faleceu dois anos depois, mas pôde ouvir várias gravações de suas músicas na voz da amiga.
Aracy Teles de Almeida nasceu e foi criada no subúrbio carioca de Encantado, em 1914. Era comum, ainda pequena, cantar hinos religiosos da igreja batista, que frequentava. Foi levada à Rádio Educadora em 1933, por Custódio Mesquita. No ano seguinte, gravou seu primeiro disco com a música Em Plena Folia, composição de Julieta de Oliveira. Assinou seu primeiro contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul, em 1935.
Aracy foi casada com um famoso goleiro de futebol chamado Rei, de quem se separou. Trabalhou em várias emissoras de rádio naquela época, quando recebeu de César Ladeira o apelido de “O Samba em Pessoa”.  Um de seus maiores sucessos é de co-autoria entre Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e se chama “O passarinho do relógio”, gravado para o carnaval de 1940. No final daquela década, trabalhou na Boate Vogue, do Rio.
Durante os quatro anos que esteve na Vogue, apresentou-se cantando o repertório de Noel. Posteriormente, foi morar em São Paulo, cidade que a acolheu durante doze anos. Ficou famoso o espetáculo “Que Maravilha”, em que Aracy se apresentava ao lado de Paulinho da Viola, Toquinho e Jorge Ben, realizado no Teatro Cacilda Becker, em 1969. Caetano Veloso compôs, também em fins daquela década, “A voz do morto”, canção em homenagem à Aracy (abaixo as versões de Aracy e de Caetano com os Mutantes para a canção que o compositor baiano fez para ela - extraídas do Youtube. Há também um belo registro dessa canção com Geraldo Azevedo, em disco gravado ao vivo pelo Projeto Luz do Solo).






A partir da década de 1970, passou a trabalhar como jurada nos programas de calouro “A Buzina do Chacrinha” e “Programa Silvio Santos”. No fim da vida, Aracy se ocupava em cuidar das orquídeas e outras plantas que cultivava em um belo jardim que tinha em casa.
Faleceu no ano de 1988, na cidade onde nasceu.

Para saber mais sobre a vida de Aracy de Almeida, indicamos a “Enciclopédia da Música brasileira”, que contém um verbete a seu respeito. Publicada pela Art Editora e Publifolha. Confira também o ótimo texto publicado na Revista Piauí, em 2007, sob o título "Aracy de Almeida - Mulher do Futuro", assinado por Alexandre B. de Souza e Leonardo S. Prado. (http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-8/perfil/aracy-de-almeida-mulher-do-futur ). 

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