domingo, 20 de dezembro de 2015

Canal líquido, de Climério Ferreira


(para Magno Córdova)

A comunicação fluvial
Perpassa os lugarejos
Notícias boiam nas balsas

Tudo no rio é sentido
Em algazarra ou segredo
Tudo desce em movimento
Ora é alguém escondido
Ora é sorriso, ora medo
É tudo acontecimento

Uma vida vem à luz
No aconchego da barca
No embalo da canoa
Há o que segue a cruz
E o que sem fé embarca
Na fuzarca da coroa

E tem o comerciante
Levando mercadoria
Tem ladrão e traficante
E o fazedor de magia
Tem o anão e o gigante
Tem sacerdote e vigia

(Climério Ferreira)

(publicado no facebook, em abril de 2014)

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