(por Magno Córdova)
Nelson Cavaquinho não se
notabilizou tocando o instrumento que lhe deu nome. Acompanhava-se tocando o
violão de maneira muito peculiar: beliscava as cordas utilizando apenas o
polegar e o indicador da mão direita.
Nelson Antônio da Silva nasceu no bairro
carioca de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro, em 1910. Para o poeta
Manuel Bandeira é de Nelson - em parceria com Guilherme de Brito e Alcides
Caminha - um dos versos mais bonitos da música popular brasileira, que diz:
“Tire o seu sorriso do caminho/que eu quero passar com a minha dor”. A música
que leva esses versos é “A flor e o espinho”. Foi composta no ano de 1957 pelo
sambista e seu parceiro mais constante: Guilherme de Brito.
(Vídeo extraído do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=qY7g_uSgysE)
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor
Antes de iniciar a
parceria com Guilherme em 1955, Nelson já havia passado pela polícia militar do
Rio, na condição de membro do setor de cavalaria, e já havia se casado uma vez.
Sua esposa chamava-se Alice, de quem se separou por se negar a deixar a vida
boêmia. Inclusive, é da época que Nelson esteve na Polícia Militar uma das
lendas que se conta a seu respeito: a ronda pelas ruas da cidade era feita com
a montaria. O boêmio Nelson escolhia sempre os bares localizados na praça
Tiradentes onde se encontravam os seus amigos, para fazer sua ronda. Chegando
ao local, desmontava para tocar e beber até o dia seguinte. Dizem que bastava
Nelson ser posto em condição de total embriaguez sobre seu cavalo, para o fiel
companheiro o encaminhar, em trote sereno, para as dependências do quartel.
Em 1939, Nelson se casou pela segunda vez, com Neli, com quem teve quatro filhos. Foi dessa época seu encontro e aproximação com Zé da Zilda, Carlos Cachaça e Cartola. Só em 1952 é que o sambista se mudou para o morro de Mangueira. Nelson fez parte de uma geração de músicos que, a partir da década de 1960, saiu do anonimato para ter sua obra cantada por grandes intérpretes.
Em 1939, Nelson se casou pela segunda vez, com Neli, com quem teve quatro filhos. Foi dessa época seu encontro e aproximação com Zé da Zilda, Carlos Cachaça e Cartola. Só em 1952 é que o sambista se mudou para o morro de Mangueira. Nelson fez parte de uma geração de músicos que, a partir da década de 1960, saiu do anonimato para ter sua obra cantada por grandes intérpretes.
(acima e abaixo, Nelson reunido a Candeia, Elton Medeiros e Guilherme de Brito, no contexto da gravação do disco 4 grandes do samba, de 1977.).
Em fins da década
de 1960, o compositor registrou um depoimento que se encontra incluído no
acervo de música popular do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Naquela
mesma época, foi lançado um filme curta metragem com direção de Leon Hirzman
sob o título “Nelson Cavaquinho”.
Nelson faleceu em 1986, de enfisema pulmonar.
Nelson faleceu em 1986, de enfisema pulmonar.
(documentário Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman - Extraído do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=6VTH_T00gnY )
Para saber mais sobre o compositor: “Nelson cavaquinho - Enxugue os olhos e me dê um abraço”, de Flávio Moreira da Costa. Publicado pela Relume Dumará, no ano de 2000.
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